As vezes eu penso o que meu “Eu” do passado, ou do futuro pensariam ao me ver no momento...
Eu olho para o passado e vejo tantos “Eus” tão distintos, cada qual com sua própria história de vida e esquecimento...
Vejo um pequeno Eu, que adorava brincar de pique-esconde, pega-pega... Que era inocente, e não se importava muito com as coisas...
Vejo este mesmo pequeno Eu deprimido, se escondendo atrás das grades da janela, triste por estar sozinha, triste por ninguém se importar...
Vejo alguns relances de um Eu, trancado no banheiro, pensando sobre se há vida após a morte.
Vejo um pequeno Eu, que queria mostrar ser bom em matemática, que se esforçou, que fez uma escolha muito difícil e foi para a Semana Olímpica de matemática em Fortaleza, viajando sozinho, abandonando a viagem de família.
Vejo um outro Eu, totalmente diferente, mas ainda inocente e imaturo, se apaixonando pela primeira vez... Confuso em um turbilhão de hormônios, vendo se fora de controle, perdido em uma confusão de sentidos, tendo orgasmos ao leve toque na pele. Vejo esse Eu se arrependendo, se perdendo, perdendo a razão de viver. Vejo um pequeno Eu recomeçando a se preocupar com questões de vida, morte e religião... Vejo esse Eu começando a estudar para esquecer, começando a estudar para se alienar e se tornar incapaz de pensar, da mesma forma que uma pessoa beberia até ser esquecido.
Eu, já mais relaxado, começa seu primeiro namoro, dá seu primeiro selinho, em uma menina que gostava, mas que não estava tão apaixonado quanto da primeira vez... Confusão é o que não falta... Vejo o término do namoro por falta de sentimentos por parte de ambos. Não foi um final ruim.
Começou a dar em cima das meninas. Faz uma promessa. Vai para uma olimpíada internacional no Azerbaijão.
Com certeza já não é mais o mesmo Eu.
Um ano estudando... Quando parava de estudar, sua mente começa a agulhá-lo com perguntas de vida, morte, alma, deus, etc. Escreve constantemente uma frase no braço: “Pensamentos, não posso me render a está interrupção, meus sentimentos estão transbordando, cheios de repressão”.
Olimpíadas Internacional na Nigéria. Primeiro beijo, novos amigos, novos tudos.
Ele mudou completamente.
Estudando pra IOAA, IPhO, etc. No meio tempo filosofando...
Ainda acredita nas pessoas.
Mudança súbita. Muda no que acredita, acha as pessoas previsíveis, muda a opinião sobre religiões, sobre grupos, sobre amigos, sobre mente, sobre corpo. Quem sou?
Já não é mais virgem, aprendeu a manipular as pessoas. Controla sua postura para passar a ideia que quer que os outros recebam. Estado de alerta quase constante, mas sem se preocupar com isso.
Não se estressa mais. Nada mais importa. O que houve? Cade o pequeno garoto de antigamente?
Uma voz em minha cabeça sussurra baixo:
EU O MATEI.
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